O mosteiro de São Paulo
de Frades, ou de Almaziva, albergava desde o século XII uma pequena comunidade
religiosa, possivelmente beneditina. Cerca de 1220 Fernando Peres, notário da
chancelaria de D. Sancho I e chantre da Sé de Lisboa, doou à Ordem de Cister o
lugar e a capela de São Paulo. Assim, por bula do Papa Honório III, datada de
1221, a comunidade monástica de S. Paulo de Almaziva tornava-se o 17º mosteiro
cisterciense português. Na centúria de Trezentos a estrutura do mosteiro teve
reformas, e no século XVI, sob o governo do abade Frei Jorge, foram feitas novas
obras em Almaziva. Depois de 1514 foi construída a nave principal, com abóbada
de madeira, e no ano de 1539 ficava edificado o coro alto do templo. Em 1552 o
monarca D. João III pedia ao papa Júlio III que transferisse os bens de S. Paulo
de Almaziva para o novo colégio cisterciense de Coimbra, e desta forma, no ano
de 1555, o mosteiro era anexado ao Colégio do Espírito Santo. A partir do século
XVII tornava-se a igreja paroquial de S. Paulo. Desta forma, o edifício de S.
Paulo de Frades apresenta uma estrutura indicadora de construções de diferentes
épocas. Da área monacal construída no século XIV, como a torre do mosteiro, ou a
sala do capítulo, celas e dormitório, nada resta actualmente, uma vez que os
edifícios do mosteiro foram reconstruídos no final do século XVI, como indica a
data 1595 gravada no brasão de Cister que foi colocado no topo do corpo
principal. A igreja possuí uma estrutura chã, estando a fachada, dividida em
três registos. No primeiro, antecedido por escadaria, está aberto o portal
rectangular, enquadrado por pilastras e encimado por frontão interrompido. O
segundo registo encontra-se composto por três panos, sendo o central delimitado
por pilastras e enquadrando um nicho com a imagem de S. Bernardo, fundador da
ordem. Os panos laterais são rasgados por janelas quadrangulares e rematados por
beiral. O último registo apresenta a torre sineira delimitada por pilastras
angulares. As fachadas laterais e da cabeceira são compostas por contrafortes,
tendo a última uma cornija com modilhões. No interior a igreja é de nave
única, coberta por tecto de madeira dividido em caixotões, antecedida por coro
alto com abóbada de combados, iluminada por quatro janelões em arco de volta
perfeita e tendo do lado do Evangelho um púlpito de pedra e do lado da Epístola
um nicho com uma imagem da Virgem e o Menino, mandada fazer por um dos monges da
comunidade de Almaziva cerca de 1448. O arco triunfal da capela-mor é ladeado
por altares colaterais de talha, erigidos na primeira metade do século XVIII. A
capela-mor está dividida em dois tramos, cobertos por abóbada de berço, com
janelões no segundo tramo e um retábulo seiscentista de talha dourada e
polícroma com trono, com imagens de S. Bernardo e S. Paulo. É revestida por
azulejos sevilhanos do século XVI, num programa decorativo que podemos
considerar um reflexo da encomenda de D. Jorge de Almeida para a Sé Velha de
Coimbra, que com a introdução de azulejos no espaço da capela-mor "abre caminho
a uma das constantes mais significativas do período barroco".

Bairro de Santa Apolónia - Capela de Sta Apolónia

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